China está 'chocada e decepcionada' com sanções dos EUA à AP * Redação The Cradle

China está 'chocada e decepcionada' com sanções dos EUA à AP

Washington acusou Ramallah de 'apoiar o terrorismo' e 'internacionalizar' o conflito com Israel através do TPI.
A China expressou “choque” e “decepção” em 1º de agosto com a decisão dos EUA de impor sanções à Autoridade Palestina (AP) e à Organização para a Libertação da Palestina (OLP) no dia anterior.

“Estamos decepcionados e não conseguimos entender a atitude dos EUA”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, acrescentando que a questão da Palestina “está no cerne da questão do Oriente Médio”.

Jiakun também descreveu a luta palestina como "uma questão de justiça e equidade internacional", ao mesmo tempo em que instou Washington a "assumir a responsabilidade" pela implementação das resoluções da ONU sobre a Palestina.

Ele enfatizou que a questão palestina está em um “momento crucial e histórico”.

“A China apoia firmemente a justa causa do povo palestino na restauração de seus direitos nacionais (e) da jurisdição efetiva da AP sobre todo o território palestino, incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia”, acrescentou, pedindo a Washington que “não faça o inverso”.

Ele prosseguiu dizendo que uma solução de dois Estados é a “solução abrangente, justa e duradoura”.

Os EUA anunciaram a imposição de sanções à AP e à OLP em 31 de julho, acusando-as de minar os esforços de paz.

Os alvos das sanções terão seus vistos negados. O documento não especifica quem exatamente está sendo sancionado.

“É do nosso interesse de segurança nacional impor consequências e responsabilizar a OLP e a AP por não cumprirem seus compromissos e minar as perspectivas de paz”, declarou o Departamento de Estado dos EUA.

Washington criticou a Autoridade Palestina por "tomar medidas para internacionalizar" o conflito com Israel, inclusive por meio do Tribunal Penal Internacional (TPI). Também acusou Ramallah de "apoiar o terrorismo".

A AP foi formada após os Acordos de Oslo de 1993 entre Israel e a OLP – liderada na época por Yasser Arafat.

O acordo tinha como objetivo abrir caminho para a criação de um eventual estado palestino e fez com que a OLP abandonasse a resistência armada contra Israel.

Nos anos seguintes, Israel expandiu rapidamente os assentamentos ilegais e consolidou sua ocupação ilegal da Cisjordânia.

Durante anos, a AP forneceu auxílios às famílias de palestinos (frequentemente os responsáveis por operações de resistência) mortos ou presos por Israel. Washington e Tel Aviv acusaram a AP de apoiar o terrorismo – e, em fevereiro deste ano, Ramallah revogou a lei de auxílios, em consonância com as exigências dos EUA e de Israel.

A AP tem estado no centro dos esforços para implementar uma solução para Gaza no pós-guerra. Enquanto Israel continua a rejeitar o retorno de Ramallah ao governo da Faixa, os Estados árabes têm defendido a ideia de uma AP reformada assumir o poder em Gaza e marginalizar o Hamas.

Washington também pediu à AP que implementasse reformas, entre elas a revogação da lei de bolsas de estudo.

Hussein al-Sheikh, secretário-geral do Comitê Executivo da OLP e confidente próximo do presidente da AP, Mahmoud Abbas, foi nomeado vice-presidente do Estado da Palestina em 26 de abril.

A medida pretendia representar uma reforma na liderança da AP, mas foi fortemente criticada por diversas facções palestinas como ilegítima.

A China desempenhou um papel na mediação entre facções palestinas, incluindo o Hamas e o partido Fatah da AP, com o objetivo de chegar a um consenso sobre como lidar com a questão de Gaza no pós-guerra.

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